Análise: "Dead Island" !!


O anúncio de Dead Island foi espetacular, seu primeiro vídeo, mesmo feito em CG, ou seja, não demonstrava seus gráficos reais, levou muita gente a acreditar que DI era um game com brilho de sobra. Mas, depois da revelação que o jogo seria um "mata-zumbis RPG", uma parte dos entusiasmados se decepcionaram, e a outra adorou a ideia de um Left 4 Dead aprimorado.
Bem, na verdade, essa comparação com L4D é um pouco injusta, pois a produção da Valve é muito mais arcade, você pega armas pesadas e poderosas logo de cara e joga no mapa que quiser, quando quiser, além de ter inúmeras chances de voltar a partida sem morrer. Dead Island é mais complexo e o fato de ser RPG leva a jogatina pra um lado completamente diferente. Aqui, a campanha deve ser seguida passo-a-passo, novas armas e upgrades exigem esforço e cair no chão é quase um sinônimo de morte.
Essa produção da Techland tem história, viu! Uma apocalipse zumbi afeta um resort em Papua - Nova Guiné, e sobram pouquíssimas pessoas, e adivinha, você é uma delas!
É permitido jogar com 4 personagens, sendo dois homens e duas mulheres com histórinhas de vida bem clichês pra falar a verdade. Uma mulher durona, um rapper famoso, uma pessoa que era meio santinha e tudo mais.
A campanha dura cerca de 20 horas e se você acha isso pouco, ainda há as side quests, que são missões secundárias, elas adicionam mais EXP e claro, mais horas de em sua jogatina.
Ei! Não se esqueça, estamos ainda falando de um first person shooter, game de tiro em primeira pessoa, então, e as armas? No começo na verdade são bem fraquinhas, mas a partir do segundo ou terceiro ato podemos achar facas com uma infinidade de modelos disponíveis, canos e outras belezinhas.
Talvez quem tenha curtido Dead Rising 2 deva ter sentido falta do fator "pegue absolutamente tudo que quiser no mapa para bater em um zumbi", claro que isso não é algo inexistente, mas está presente em um volume muito menor. Não entendeu? Explico melhor. Em Dead Rising, principalmente no segundo título, 99% do cenário serve como arma contra zumbis: extintores, placas, cadeiras, brinquedos, talheres... Já em Dead Island, a quantidade de armas não é pouca não, mas...pegar um galho de árvore e sair apavorando por aí? Nem pensar e nem tem como. O jogo te disponibiliza um arsenal bacana, mas não praticamente infinito, que é o caso do game da Capcom lançado em 2010, DR 2.
A jogabilidade é bem trabalhada, o sistema de combate consiste em bater normalmente no alvo ou poder jogar o que está em sua mão diretamente naquele maldito zumbi, como um tomahawk...entendeu? Como citei, tem muito de RPG aqui, então, a EXP não poderia faltar, sim, simplesmente matar zumbis fazem com que o jogador adquira experiência e no final, ainda dá pra fechar com chave de ouro completando a quest e tunando ainda mais sua XP. Ah é, tem dinheiro também, mas ele tem que ser pego manualmente, de malas abandonadas, carteiras, gavetas ou até turistas-zumbis mortos com uma graninha no bolso.
A parte sonora não é ruim, pra falar a verdade, os grunhidos dos mortos-vivos é até que bem aceitável, seus passos na areia também, e sobre tudo, o som das armas fazendo até zumbis chorarem.
A qualidade gráfica de Dead Island é bem discutível, os cenários possuem iluminação decente e tudo é bem cheio de cor e vida (humm...vida? Bem, mesmo se tratando de zumbis, isso é bom!), po(ooo)rém, a modelagem dos personagens não é tão caprichada, há problemas como pop-in ou screen tearing e a sincronização do pessoal no jogo é bem mal feita. Falando nisso, capricho. Isso é uma palavra que provavelmente os produtores não conhecem. Tudo é até bacana, mas nem tão bem polido, se olhar para o chão, verá seu pé (êba!), mas se virar sua câmera, justamente olhando para o pé, verá seu personagem virando sem nenhum movimento, ele não dá passos para o lado, ele gira nem mesmo mexer um dedinho.
Já que toquei no assunto de personagens, outro defeito é como a história se desenvolve. O pessoal que te dá as quests ou você mesmo, o protagonista, não tem personalidade nenhuma. Você despenca de um elevador e não fala absolutamente nada, os outros sobreviventes olham pra você com uma cara de, tipo "tô entediado". Amigo! Tem uma apocalipse de zumbis e você tá pra morrer, vê se apresenta uma expressão preocupada! Mas ele não tem culpa, os produtores têm. E isso com o tempo faz com que o jogador vá pulando as falas das outras pessoas pois não aguenta mais ver gente gritando fazendo cara de tédio. Por favor, né!
Quem já deu uma lidinha por aí sobre esse game deve saber do grande potencial que ele tem quando o assunto é online e já deve estar se descabelando em casa dizendo: "como esse panaca não diz nada sobre o modo multiplayer??!!! Cooomo?!". Mas, mantenha a calma, lá vai minha impressão sobre o modo para mais de um jogador: Divertido. Exato, divertido, e muito. Eu estava esperando um jogo praticamente só online, que jogar sozinho seria muito chato, mas até que nem é tanto, porém...o multiplayer é animal! De preferência com amigos, embarcar nesta jornada zumbilesca (inventei uma palavra) te trará uma boa dose de diversão. E também, por que não daria certo? Matar zumbis...com seus amigos! Não é 10?!
Conclusão: Dead Island é um bom exemplo de jogo que não é tão bom tecnicamente, mas que traz uma dose de diversão excelente. É como um Bulletstorm com Left 4 Dead + Borderlands. Divertido, tem mortos-vivos e elementos de RPG, vai dizer que não é a soma perfeita para animar seu final de semana?

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