Jogo de caça? Olhe então

Persiga criaturas inocentes ou ferozes em uma caçada monstruosa

Jogos de caça, apesar de não serem os mais visados pela mídia, são bem antigos na história dos games, começando com Duck Hunt, lançado para o Nintendo Enterteinment System (ou NES) e acompanhado de uma pistola para tornar a jogabilidade bem mais interessante.

Este ano, fãs do gênero poderão embarcar em uma nova viagem com mais um título da linha Cabela’s: Cabela’s Big Game Hunter 2010, que será lançado para Xbox 360, PlayStation 3 e Wii. E para os que tem interesse em experimentar o título, foi disponibilizada a versão demo através da Xbox Live.

Conhecendo seu território

O objetivo da demonstração é mostrar ao jogador algumas das mecânicas básicas, bem como um pequeno mostruário dos animais que ele caçará na versão completa. Como esperado, os comandos são os mesmos vistos para muitos outros jogos de tiro em primeira pessoa, com um botão para mirar, outro para atirar e cliques nos analógicos para correr.

A surpresa fica por conta da habilidade do caçador de sentir onde estão os riscos, presas ou objetivos. Ao pressionar o botão selecionado para a tarefa, você verá tudo ficar em preto e branco, com um feixe de luz apontando a direção.

No coração da selva

Partindo em busca dos animais, você tem à sua disposição algumas armas, sendo a principal o rifle de alta precisão (com luneta). É preciso ir devagar e pelas sombras para não assustá-los. Depois de chegar às posições ideais (marcadas por um círculo azul), entramos no modo de disparo.

A briga aqui com o sistema de mira é forte, uma vez que a arma fica “dançando” pela tela. O melhor que você faz é aguardar até que a mira passe exatamente pelo ponto a ser acertado. Temos então o sistema de pontuação do game, distribuído por áreas atingidas.

Tiros na cabeça não valem pontos, seguindo na escala crescente para pulmões, espinha e coração. Para mostrar onde está cada coisa, o jogo muda o corpo do animal para uma espécie de raio-x.

Distração rápida

Em meio aos trajetos, é comum achar áreas com “mini-games”. Entre os exemplos estão caçadas a grupos de patos que sobrevoam os lagos da região e às lebres, que saltam felizes e tranquilas, mesmo que um tiro passe ao lado delas e atinja o solo. A arma para estas brincadeiras é a escopeta.

Mas não pense que todo o game é focado apenas em simples caminhadas pelos parques ou na busca por criaturas inofensivas. Você se deparará com criaturas bem mais ágeis ou maiores, a exemplo de ursos e leopardos.

E durante a travessia, é necessário equilibrar o caçador sobre troncos de árvores para que ele não caia no rio ou em abismos.

Gráficos inconsistentes

A primeira impressão com Cabela’s Big Game Hunter 2010 e com os seus gráficos é uma mescla entre bons efeitos e muitas inconsistências. Dizemos isso porque a iluminação e a contagem poligonal dos cenários são bem altas. Em contraste, os efeitos que banham a cena não ficam no mesmo nível.

As sombras saltam aos olhos, aparecendo aos poucos de acordo com cada passo que o jogador dá adiante. Os fundos dos cenários são compostos por imagens completamente estáticas, que não enganam nem um pouco. A água tem pontos agudos, sendo composta por polígonos fixos.

E a vegetação é novamente uma mistura de prós e contras. Algumas árvores apresentam grau de foto realismo elevado, com boas texturas e animações. Em contrapartida, outras plantas sempre estão na mesma posição, independentemente do ângulo sob as quais são observadas. Outras parecem estar pulsando, crescendo e diminuindo, ao invés de balançarem com o vento.

Mas o pior de tudo está na taxa de quadros por segundo, que oscila de forma horrível. Em momentos mais movimentados na tela (como quando a habilidade de sentir as pistas é ativada) a imagem ficará literalmente picotada.

Uma ameaça... Nada forte

E se os gráficos não agradaram muito, as batalhas contra as maiores presas foram ainda mais decepcionantes. Ao fim desta demonstração, o jogador se depara com um leopardo, que o cerca e salta sobre sua arma em instantes.

O problema é que não há risco para o jogador, desde que ele pressione os botões mostrados a tempo de se salvar. Não interessa quantas vezes o animal salta sobre você: a animação é sempre a mesma. Para aumentar ainda mais a nossa frustração, alguns disparos passaram direto pelo animal, mas sem acertá-lo.

Para os fãs do gênero, Cabela’s Big Hunter Game 2010 parece ser definitivamente uma melhoria sobre os seus predecessores, trazendo mecânicas mais ágeis de navegação e de combate, além — é claro — de otimizações no departamento gráfico.

Entretanto, ele ainda continua a ser um jogo de nicho, sem apelo para a audiência em geral. Não há muito senso de perigo ou de desafio, sendo que seu objetivo na maior parte das vezes consiste em navegar de um ponto a outro, contando com uma pitada de sorte e muita paciência para realizar os disparos.

Estaremos de olho na versão final do jogo, tentando descobrir se há muito mais conteúdo além do que foi oferecido nesta demonstração.