Dark void : Análise




"Dark Void" é uma das grandes apostas da Capcom para diversificar seu acervo, sempre abarrotado de continuações e remakes. A empresa japonesa também sentiu a necessidade de uma abordagem ocidental em seus novos games e, para este, contou com o design da Airtight Games, formada por veteranos do estúdio FASA, o mesmo de "MechAssault" e "Crimson Skies".

A nova empreitada utiliza um cenário de ficção e fantasia para apresentar o herói William Grey, um piloto que cai no infame Triângulo das Bermudas e é teleportado para uma realidade alternativa. Lá, o sujeito se vê obrigado a ajudar um grupo de sobreviventes a enfrentar alienígenas chamados de Watchers e, para isto, conta com a ajuda de bugigangas criadas pelo cientista Nikola Tesla - uma personalidade real que viveu entre os séculos XIX e XX e revolucionou o campo da física com seus estudos sobre eletromagnetismo.

Uma das principais contribuições de Tesla no game é o Jetpak, aquela mochila equipada com um jato que lembra a que foi usada no filme "Rocketeer". Com o acessório, Grey pode voar e encarar muitos combates aéreos que são o ponto mais positivo da aventura. Há alguma manobras bem bacanas, um bom senso de velocidade e tensão, mas a mira é muitas vezes irritante por não contar com um esquema para travá-la em alvos específicos. Sem este artifício, os tiroteios no ar são mais caóticos do que deveriam e parecem um pouco distantes das intenções originais dos desenvolvedores.




A equipe da Airtight também não soube aproveitar bem o peso do sistema aéreo e gastou tempo demais em trechos terrestres. Sem o diferencial do Jetpak, a ação se vira para tiroteios em solo que não passam de uma cópia sem graça de "Gears of War" e similares, com direito a sistema de cobertura e tudo mais. Com inimigos genéricos e pouco espaço para improviso, é uma faceta banal de um game que poderia render muito mais.

Não há modos extras ou multiplayer para ampliar a experiência de jogo assim que a história principal acabar. O roteiro é bom, com muitas reviravoltas e personagens bem caracterizados, mas não é suficiente para segurar mais do que umas dez horas de game.

A apresentação é, assim como o resto, irregular entre suas partes. O áudio é muito bom e conta com o talento vocal do ator Nolan North (que também fez a voz de Nathan Drake, de "Uncharted") e composições do músico Bear McCreary (de "Battlestar Galactica" e outros seriados da televisão dos EUA) como principais trunfos. Já os visuais usam o motor gráfico Unreal Engine 3, que hoje já não impressiona, e se apoiam em um design sem sal de personagens e mapas que falha em dar ao título uma identidade marcante.

CONSIDERAÇÕES

"Dark Void" é um jogo de ação com um bom roteiro e algumas sacadas inteligentes, mas que não é forte o suficiente para deixar sua marca. A mecânica dos combates aéreos, ainda que falha, é bem interessante e poderia dar mais dinâmica ao conjunto, mas muito tempo é desperdiçado com fases em solo, que usam um esquema batido à la "Gears of War". Sem modos extras ou elementos que puxem o jogador de volta ao enredo, não há muita substância no pacote.

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